sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

...hoje eu não consigo mais escrever ínicios, tudo é tão igual que também não faz diferença. Antes eu sonhava em ser médica, ajudar pessoas, ser mais você do que eu, ser autruísta - sabe, dá prestigio - é bonito se doar em função dos outros não importam as condições, eu tinha uma consciência sã de que a humanidade não tem valor nenhum para ninguém e talvez eu até tivesse pensado em ser uma especie de salvação, mas devo ter pensado bem rápido. Raramente eu pensava no beneficio próprio, se tinha uma coisa que não me importava era eu mesma. Quero que me imagine...como seu amigo, bem...seu melhor amigo, ou melhor: sou você.
Imagine que você hoje passa em frente a algumas vitrines e enxerga outra pessoa do outro lado. É tão dificil mudar..., e algumas vezes é tão ruim. Você, talvez, tenha se perguntado diversas vezes o porque da sua existencia. E com certeza você não precisa revirar todo o seu cerebro para perceber que nunca teve uma resposta, e apesar disso sabe que você existe, e apenas existe em função do bem. Não importa o que seja o bem para você; para mim...te ajudar me faz um vencedor.
Antes eu - ou você - costumava ter pessoas próximas, e sorrisos para todo o lado, com doces e festas para me divertir. Seria bom, se o tempo pudesse voltar e me deixar perdida naquele espaço, eu não pediria mais nada além de uma única chance. Mas, de que adianta sonhar e sonhar com coisas inimagináveis? eu - você - vive sonhando com o passado promissor que já não me aguarda mais.


ANTES EU COSTUMAVA SONHAR SONHOS COLORIDOS E DORMIR COM OVELHAS PULANDO A CERCA...

sábado, 19 de dezembro de 2009

...nesse tempo, sorrisos sem graça não faziam parte da minha rotina. Você me ajudava a levantar da cama até nos meus piores dias, e isso já me fazia me sentir mais leve. Você, costumava me acordar com aquele sorriso iluminado que eu tanto adorava e que agora esta morto e enterrado...
Talvez você ainda tivesse dúvidas do quanto eu te admirava, mas eu saberia te dizer quais foram todos os seus passos. Eu saberia te dizer o compasso ritmado da sua respiração suave, saberia te dizer o seu perfurme e até as roupas que você não usava. Talvez você tivesse dúvidas do quanto eu dependia de você, mas quando você saia o ar subitamente sumia - sumia e parecia não voltar, eu agradeceria muito se você não tivesse de ter ido de vez agora. Mas, ao contrario eu vou me perdendo de mim, da minha casa, de tudo...vou perdendo o folego, mais ainda.
Talvez você tivesse dúvidas do nosso amor, mas eu saberia te dizer com palavras incertas ou certas o quanto você representava para mim, saberia te dizer sobre o frio na barriga encolhedor quando você chegava, saberia te dizer sobre as borboletas que domam o meu estomago quando o celular toca. Eu saberia te dizer o quanto as nossas brigas idiotas serviram para depois nos reconciliarmos e percebermos as nossas dependencias, saberia te dizer sobre os meus olhares de canto para você e o quanto eu adorava aquilo. Saberia te dizer as caretas que você faz dormindo, e até imita-las. Falaria, talvez, sobre os dias em que contavamos as estrelas no gramado e ríamos como as criançinhas daquele parque, que você me levava aos finais de semana ou dos arco-iris que coloriam o céu em dias incomuns - eu adorava tudo aquilo.
Talvez você tivesse dúvidas, mas eu ainda escutava nossa música todas as manhãs - e eu a cantava. Eu ainda sorria por trás quando você me dava aquele abraço quente e apertado nos dias frios, de inverno. E ainda pulava de alegria quando você observava comigo as flores crescerem no jardim e cairem no outono.
Talvez você tivesse ainda muitas dúvidas, talvez você não ligasse para elas, ou simplesmente as negasse. Ou, talvez você não tivesse nenhuma e mesmo assim eu te falaria das nossas tarde juntos e de como o vento soprava, como as flores sorriam e o sol brilhava. Falaria, tudo que eu não falei um dia...falaria do quanto é dificil agora, sem você. E do quanto os dias que passam se rastegando me torturam...é mais um dia sem você.

ENQUANTO AS FLORES CRESCEM NO JARDIM
"Disse pra mim. Nenhum pio. Não vou falar nada. Já que sou tão imprópria, inadequada, boba. Já que nunca basto e se tento me excedo. Já que não sei o que deveria ou exagero em querer saber o que não devo. Nunca entendo exatamente, nunca chego lá, nunca sou verdadeiramente aceita pela exigência propositalmente inalcançável. Meu riso incomoda. Meu choro mais ainda. Minha ajuda é pouca. Meu carinho é pena. Meu dengo é cobrança. Minha saudade é prisão. Minha preocupação chatice. Minha insegurança problema meu. Meu amor é demais. Minha agressividade insuportável. Meus elogios causam solidão. Minhas constatações boas matam o amor. As ruins matam o resto todo. Minhas críticas causam coisas terríveis. Minhas palavras cuidadas incomodam. Minhas palavras jogadas, mais ainda. Minhas opiniões sempre se alongam e cansam. Minhas histórias acabam sempre no egocentrismo ou preconceito. Meu sem fim dá logo vontade de encurtar. Minha construção, desconstrói. Meus convites quase nunca agradam. Meus pedidos sempre desagradam. Meus soquinhos de frases são jovens demais. Meu bombardeio de coisas sempre acaba em guerra. Minha paz que viria depois nunca chega, pois eu nunca chego. Minha voz doce assusta. Minha voz brincalhona é ridícula. Minha voz séria alarde. Nenhum pio. Disse pra mim. Falar do que sinto é, na hora, desintegrar com seu olhar. Então fico me perguntando sobre o que deveria dizer, se só sei o que sinto. Devo sentir por personagens de livros, filmes, jornais e ruas? É assim que se diz sem ser o que não importa de verdade? E se for o contrário? Mas pra dizer do contrário, fica sempre no ar, é melhor não dizer. Se digo algo sobre minha vida, só sei falar de mim. Se digo algo sobre a vida dele, coitada de mim, achando que sei alguma coisa da vida. Se falo sobre a vida dos outros, que papo furado é esse? Se falo sobre coisas me sinto mais uma delas. Se provoco, eu que provoque sozinha porque ele não é trouxa de cair. Sobre livros, nunca são os que interessam. Sobre minha reportagem, nem quis ler. Meu trabalho nunca foi e nunca será da mulher dos sonhos. Meus sonhos evito falar, um medo de ser menina. Quieta. É assim que será. Se digo certo, isso logo acaba. Se digo certeiro, acabou. Se digo errado, nunca acaba. Se eu for mulher, mulher é um saco. Se eu for homem, homem só existe ele. Se eu for criança, fale com sua analista. Nenhum pio. Combinei comigo. Falar da gente pode? Pode, desde que, depois, eu tenha estrutura para ver toda uma massa desistente desabando sobre meu sofá pequeno. Nadinha. Não vou falar nada. Sobre dor não toca. Sobre prazer toca pouco. Nada. Porque toda vez que eu pergunto, quase ofende. E se respondo, ofende mais. E se exclamo, minha vontade de viver soterra. E se são três pontinhos, não posso. Se começo preciso terminar. Mas quando termino, ele já não está mais. Se repito, quase explode. Se digo uma, sou boa de ser guardada em algum lugar que nunca vejo. Se não explico, pareço louca. Se explico, sou louca. Quieta. Isso! Você consegue! Se for o que eu penso, eu penso errado. Se for o que eu não penso, errei por não pensar. Se não for nada disso, eu que pensasse antes. Se estou animada, cuidado com a rasteira. Se estou desanimada, não tem mão pra levantar. Nada. Não vou sussurrar. Nem gemer. Nenhum som. Respiração muda. O silêncio absoluto. Olhando pra ele. Lembrando de quando ele me disse que é no silêncio que se sabe a verdade. E a verdade chega como um teto gigante que desaba numa cabecinha de vento. O que eu mais temia. O que eu não queria descobrir. Ela me diz. E o pior é que eu nem posso falar por ela. É tudo mentira. "


#Silêncio-TatiBernardi
 
há, oi? criaram teias de aranha aqui! rs Bem, eu ando correndo e sem tempo mais sabe a vdd a preguiça me domina.